247 – Com a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade e a prisão, nesta quarta-feira 12, de Caio Silva de Souza, que responderá por homicídio doloso qualificado por uso de artefato explosivo e crime de explosão, a expectativa é que a onda de manifestações no País, que vinha sendo protagonizada por atos de vandalismo e violência, seja, temporariamente, contida.
O jovem de 22 anos pode pegar até 35 anos de cadeia. Não que, com isso, o sentimento de justiça da população esteja completo ou que não haja mais motivos para protestos. O episódio, no entanto, mostrou como podem ser graves as consequências da tática black bloc, que praticamente não pode ser mais vista de forma independente às manifestações. Tanto para quem a pratica quanto para a sociedade.
Para interlocutores do governo, a avaliação não é a de que os protestos acabem, nem que jovens mascarados abandem sua forma de protestar – a depredação e destruição do patrimônio público e privado –, mas que os recentes episódios sirvam, ao menos, para desmoralizá-la. Pesquisa Datafolha divulgada em outubro do ano passado aponta que 95% dos paulistanos desaprovavam os atos violentos durante as manifestações. A expectativa é que o apoio da população aos black blocs, agora, seja ainda menor.
Legislação mais dura
Outras consequências que a morte e a prisão de Caio podem trazer são a investigação sobre quem estará por trás dos protestos e aliciando jovens violentos para que pratiquem atos como o do jovem, que recebeu R$ 150 para participar daquela manifestação em especial, segundo seu advogado. De acordo com ele, há partidos políticos, vereadores e deputados estaduais envolvidos nessa estratégia.
Assim como as manifestações de junho levaram os legisladores a aprovar leis como a que transforma a corrupção em crime hediondo, neste momento o Congresso passa a acelerar discussões sobre uma legislação mais rígida para crimes praticados em protestos ou ainda o reconhecimento da prática de terrorismo no Brasil. O governo se preocupa com as propostas, consideradas "extremistas".
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